GESTÃO
DA DIVERSIDADE ORGANIZACIONAL
Daiana
da Silva da Paixão1
A
gestão da diversidade organizacional está sendo mais discutida na sociedade
contemporânea. Uma questão que visiona, uma preocupação para os gestores, pois
requer “jogo de cintura” para as variáveis que despontam gradativamente com
esta dimensão.
Para
Kanaane (2017, p. 43) destaca que:
Contrariamente,
à visão global, observa-se constantemente, o surgimento de conflitos que estão
diretamente associados ao processo de deterioração organizacional, salientando
fatores acentuadamente destrutivos que impedem o crescimento, o desenvolvimento
e a saúde dos indivíduos e da organização a que pertencem.
A
organização é feita de pessoas e pessoas com diferenças. No passado não tão
distante não se via no espaço organizacional tanta multidimensionaridade, com
várias etnias e diferenças. Isso de fato é a verdadeira organização. Assim, de
fato acontece, o fator sucesso organizacional, que os gestores tanto requer.
Entretanto, para que isso ocorra é necessário uma gestão com uma mentalidade
aberta e aguçada para o desenvolvimento da sua equipe, com uma mão de obra em
constante treinamento, e não digo treinamento pontuais, mas em constante rede
de reaprendizagem. Conforme destaca Souza, (2012, p. 135) “o desafio da
Neoempresa é a gestão da aprendizagem contínua e não apenas do conhecimento,
que se torna obsoleto a uma velocidade impensável na época dos gurus.”
A
empresa de publicidade enfrenta conflitos e adequações dos seus colaboradores
como: contratação de mulheres para ocuparem cargos de mais relevância,
contratação de jovens, LGBT, pessoas com deficiências. Além disso, enfrentando
problemas na comunicação, conflitos de gerações X e Y, questões psicológicas e
sociais dos funcionários etc. Tudo isso pode ser resolvido com base na
implementação de processos mais abertos, com uma interação e formatos de
trabalhos com os colaboradores mais definidos, com processos de aprendizagem
contínua que vem agregar valor a produção, criar formas mais atrativas para
estimular e reter os talentos na empresa, aumentar o grau de autogestão dos
colaboradores e maximizando a tecnologia disponível. Além de oportunizar
treinamentos para a geração X para que possa adequar ao novo.
A
empresa de publicidade em epígrafe precisa ter um olhar mais afinco para a
gestão da diversidade. As empresas brasileiras a questão ainda é pouco
difundida e implementada, mas já urge providencia com discussões aguçadas com
quebra de conceitos que já não cabem mais nesta era da disrupção em estamos
inseridos e que muita coisa está mudando, transformando-se rapidamente.
É
necessário um olhar mais atento dos colaboradores. A referência de gênero,
idade, origem social, competências e habilidades, homossexuais, pessoas com
deficiências são variáveis que as empresas necessitam alinhar no seu ambiente
se querem um melhor avançar de seus negócios.
Uma
das questões importantes a frisar é o papel do gestor de RH que precisa atuar
como co-autor da estratégia da empresa. Este precisa reinventar e saber tomar
decisões mais efetivas em prol das pessoas e empresa. Deve se posicionar como “core”
e não mais como “suporte” à estratégia. As empresas têm ciência da relevância
de avançar e pensar numa forma multidimensional. Hoje, é inaceitável pensar no
circuito fechado. A contratação da mulher e dar-lhe uma função mais estratégica
é perceptível sua alta performance. Os jovens no espaço organizacional trazem
uma oxigenação transacional para os atuais processos nas empresas.
A
empresa precisa municiar de ações e escolhas para manter seus talentos
satisfeitos. Na contingência atual percebe-se um novo estilo de funcionário, o
funcionário saindo do estilo 2.0 para o 3.0, que sabe utilizar e fazer a
diferença com a tecnologia. A nova geração de profissional não gosta de
processos repetitivos e de baixo valor agregado. A comunicação é outra questão
que precisa se refazer, deixando de ser tradicional. As tecnologias e
ferramentas da internet estão mudando as formas de trabalho e as interações de
trabalhos. Os profissionais da geração X precisam adaptar-se a nova realidade e
unir forças com a geração Y em busca do avanço.
É
uma integração organizacional, respeitando as diferenças, como forma de
garantir coesão e identidade das pessoas. A empresa precisa traçar um trabalho
de sintonia. Sabe-se das tensões que emergem nesta questão, mas as empresas
podem trabalhar no desafio de extrair o melhor das diferenças sem que o grupo
perca sua consciência interna.
No
Brasil a coisa está caminhando, mas é perceptível e irreversível a mudança de
mentalidade sobre o papel da mulher. As pessoas com deficiências e homossexuais
já tem seus direitos reconhecidos, todavia, no espaço de trabalho precisam ser
colocados em prática e de mais políticas organizacionais que ultrapassem
aspecto legal. As pessoas precisam ser vistas como seres humanos, com suas
emoções e expectativas individuais e as empresas precisam ter um aparato de
ferramentas para lidar com estas idiossincrasias. Isso tudo terá um
acontecimento efetivo com a co-autoria do gestor estratégico de pessoas.
A
organização em estudo, como todas as demais precisam ter uma noção mais aguçada
da gestão da diversidade e que de fato alinhe sua diversidade, seu desempenho, comunicação
alinhada, respeito à identidade e uma cultura mais inclusiva.
Vive-se
a era da disrupção nos processos organizacionais e as empresas precisam
acompanhar essas mudanças.
Referência
CHIAVENATO,
Idalberto. Construção de talentos:
coaching & mentoring. –Rio de
Janeiro: Elsevier, 2002.
DUTRA,
Joel Souza. Gestão de Pessoas:
realidade atual e desafios futuros. – São Paulo: Atlas, 2017.
SOUZA,
César. A Neoempresa: o futuro da sua
carreira e dos negócios no mundo em reconfiguração. – São Paulo: Integrare Editora, 2012.
KANAANE,
Roberto. Comportamento humano nas
organizações: o desafio dos líderes no relacionamento intergeracional. – 3.
Ed. – São Paulo: Atlas, 2017.
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